1.12.07

hoje e todo dia


É uma loucura pensar que a solução possa piorar o problema, mas parece que é o que acontece em relação a Aids. Apesar de continuar não tendo cura, o desenvolvimento de remédios que melhoram a vida e tiram a sensação de morte iminente pra quem é soropositivo criou uma falsa sensação de alívio geral: ufa, agora então não se morre mais! E é justamente esse relaxamento do medo que faz com que as pessoas relaxem também na prevenção, porque a gente sabe que ninguém abre mão do prazer a não ser que as conseqüências sejam drásticas.
Ou seja: se pra quem está doente os remédios são a solução, pra quem está saudável eles aumentam o problema. A gente hoje tem uma percepção completamente equivocada de que Aids virou uma doença da África, como um dia já foi uma doença de gays, e enquanto isso o só aumenta o contágio de pessoas jovens, heterosexuais, brasileiras bem aqui pertinho, na Região Sudeste, no Rio e em São Paulo, na Zona Sul, na nossa rua.
Não tem essa. Não dá pra deixar pra lá. Taí um dia que merece ser marcado no calendário muito mais do que os comerciais "dia das mães" ou "dia das secretárias": é um dia no ano pra gente olhar pra vida que leva com honestidade e pensar se está sendo responsável com ela. Devia ser todo dia, mas que seja nesse, pelo menos.

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